A etiqueta
04-09-2015 18:45
Ás vezes são surpreendidos por exigências de etiqueta e de protocolo.
Nas artes e filosofias orientais a etiqueta e o protocolo têm um relevo muito grande e respondem a necessidades funcionais. E podem ser observados em termos de ordem, que se prende com dois dos significados do Tantra: regulado por regra geral e a maniera correcta de fazer algo. Em termos de respeito e em termos de atenção. Se não estivermos atentos não conseguiremos aprender, nem concentrar a mente, nem chegar ao samádhi. Estes três aspectos permitem-nos desenvolver sobriedade, discrição, vigilância e humildade. Pois, as nossas atitudes durante a etiqueta devem ser sóbrias, discretas, vigilantes e humildes.
A ORDEM
Se se seguirem as normas de etiqueta, a ordem manifesta-se no ashram tanto no aspecto espacial, como no individual, como no próprio grupo. Por exemplo, a utilização correcta do espaço do vestiário, a utilização correcta dos sanitários, o respeito pelos horários das aulas, tanto por parte dos instrutores como por parte dos alunos, são expressões dessa ordem, interna e externa. O contrário impede-nos de respirarmos um ambiente de ordem que deveria ser próprio de um ashram.
A distribuição dos alunos, em aula, de acordo com o seu nível de evolução e de graduação, é expressão dessa ordem e facilita a relação espacial entre estes e o trabalho do instrutor. Por outro lado, a distribuição espacial dos alunos não só reflecte a ordem externa existente no ashram, como também contribui para que os alunos se sintam motivados para a aprendizagem para poderem chegar ao nível seguinte. Mas isto implica que os instrutores tenham essa atitude presente e de modo permanente.
O RESPEITO
Traduz-se no pújá, mas também no cumprimentos das restantes regras do ashram, em tais aspectos tais como:
- utilizar o vestiário, como ocupar pouco espaço com a roupa de cada um;
- evitar pôr os pés calçados em cima dos bancos dos vestiários;
- fechar a porta quando alguém está a utilizar a casa de banho assim como a fechar depois de ser utilizada;
- deixar os chinelos alinhados na parede para entrar na sala de prática;
- cortar as unhas;
- lavar-se antes do início de uma aula;
- trazer uma pequena toalha para ir limpando o suor durante a prática;
- esperar que o Mestre e a Chakrêshwarí sejam servidos no início de uma refeição comunitária;
- deixar a sala e a escola arrumada depois de cada uma das festas;
- saber o seu lugar na sala de prática, durante uma prática, durante um lanche, num jantar comemorativo num restaurante, numa ida a um teatro, a um cinema, a um museu, a um concerto, numa ida à praia, quando posamos para uma fotografia, pois os mais adiantados que estejam em cada momento têm o seu lugar sempre mais perto do Mestre, ou do instrutor mais graduado que esteja presente;
- na organização dos lugares, seja na sala de aula, seja na praia ou no restaurante, os participantes devem sentar-se junto do Mestre ou do instrutor mais graduado que esteja a orientar o evento de modo polarizado. Sendo que a polaridade começa pelo Mestre ou pelo instrutor de maior hierarquia que esteja presente;
- todos os instrutores e praticantes devem cultivar santôsha, alegria, mas evitando fazer ruídos ou gestos abusivos ou falar alto no ashram, sobretudo quando estão a decorrer as aulas;
- todos os instrutores, alunos e visitantes devem descalçar-se antes de entrarem na sala de prática;
- todos os instrutores, praticantes e visitantes devem andar calçados até à beira dos tapetes da sala de prática. Nunca andando fora do tapete descalço. Por isso devem usar chinelos e estes devem ser azuis escuros;
- ao entrar na sala não se deve deixar os chinelos junto dos do Mestre ou dos do instrutor de mais elevada hierarquia que seja responsável pelo evento (aula, curso, etc.);
- sempre deixar-se livre o espaço em frente à porta para os chinelos do Mestre ou do instrutor de mais elevada hierarquia que esteja presente. Os chinelos devem ficar com a parte de trás virada para a sala;
- quando se entra na sala de prática aguarda-se que o instrutor chegue e inicie a aula, sentado numa posição de meditaçao e em Shiva mudrá ou, então, a praticar ásana;
- quando o Mestre entra no ashram todos devem interromper o que estão a fazer e devem recebê-lo indo cumprimentá-lo;
- quando o Mestre entra na sala de prática também todos os presentes devem interromper as suas actividades e devem recebê-lo indo cumprimentá-lo;
- também nos eventos exteriores, quando o Mestre chega, os mais adiantados devem orientar os mais novos no sentido de todos interromperem o que estão a fazer para receberem o Mestre;
- os tapetes devem ser limpos antes e depois dos eventos como cursos, sat chakra e outros. Deixando tudo limpo e arrumado;
- os instrutores não devem deixar nenhuma dessas tarefas para o Mestre. E os instrutores de menos hierarquia não as devem deixar para os de mais elevada hierarquia. E os alunos graduados devem assumir a maior parte das tarefas dos instrutores;
- a senescal deve atender ao Mestre e assisti-lo não o deixando sozinho, seja nas aulas, nos eventos, internos ou externos.