ÁSHTAKA VIII - OCTÓGONO DE INVERNO | TANTRA - FILOSOFIA POÉTICA

26-02-2018 16:32

ÁSHTAKA VIII - OCTÓGONO DE INVERNO | TANTRA - FILOSOFIA POÉTICA | ESPAÇO CULTURAL - ASHRAM PASHUPATI

Há momentos que se traduzem por muito pouco, por nos dizerem tanto. Se tivesse de escolher uma palavra que espelhasse este encontro seria bháva (sentimento). Já seria por si só razão para este sentir, a comemoração do aniversário de Shrí DeRose, Mestre do nosso querido Mestre João Camacho e portanto nosso Mestre duas vezes, e a quem devemos a codificação do Yôga Antigo (materializado no seu YÔGA SHÁSTRA - Tratado de Yôga). E de facto esta foi a razão suficiente num encontro que honraria o próprio e os seus ensinamentos, veiculados até nós pela mão do nosso querido Mestre, seu discípulo. E quem entende a importância desta ligação, Mestre - discípulo compreende o que alcance do que digo, pois, em parte, as palavras nunca o poderão traduzir.

A matriz deste encontro "Tantra - Filosofia Poética" desmultiplicou-se em momentos de rara beleza que estimularam é certo todos os sentidos dos presentes, ou não fosse o Tantra a mais rica, poética e artística tradição cultural da Índia (com características matriarcais, sensoriais e desrepressoras). Da pujante apresentação do Coral Rajas Agni (na abertura e fecho do evento) que não deixou ninguém indiferente, à beleza/força veiculada nas demonstrações de coreografia de ásana e mudrá, à oportunidade ímpar de assistirmos às conferências apresentadas, aos momentos de convivência que nos são tão queridos, este encontro, tão próprio deste ciclo da natureza por convidar à introspeção/reflexão, foi uma verdadeira inspiração.
Sobre as coreografias: belíssimas! Sendo uma das principais características do SwáSthya Yôga, seja nas aulas que são realizadas em sequência coreográfica, quer na construção/criação da sua própria coreografia pelos nossos alunos, instrutores, Professores... Um instrumento de auto-aperfeiçoamento extraordinário, uma espécie de impressão digital do que em nós habita em cada momento. E belíssimas sim, mais uma vez refiro: a demonstração da querida Graduada Tânia Fernandes, exigente nos encadeamentos projetados, mas de uma suavidade e beleza únicas; a coreografia da querida Chêla Rita Fernandes, tão emocionante no bháva que passou, na força veiculada, na graciosidade que lhe é característica.
As conferências... Mais uma oportunidade de aprendizagem, de imersão na nossa Ancestral Filosofia. Tão importantes por terem sido no caso das muito queridas Professora Anabela Duarte e Silva e Professora Paula Trigo de Sousa, conferências de exame, sob o testemunho de todos os presentes e dos honrosos membros do Júri presidido pelo Mestre João Camacho. Não só pela prova a que se submeteram, ultrapassada com sucesso, por tudo o que transmitiram, como pela oportunidade de aprendizagem para os que de nós, como eu, ainda não chegaram a essa etapa mas têm assim uma oportunidade de aprender como fazer, como estar, como levar a cabo este empreendimento. E este é um ponto tão importante... Também na pausa, e durante o próprio encontro o nosso querido Mestre o referiu, foi referida a escala evolutiva, que dura 26 anos. Vinte seis anos, de provas sucessivas e adequadas a cada grau de evolução. E será que algum de nós se preocupa verdadeiramente com isso? Com o número de anos? Não creio. Somos guerreiros que nos identificámos com este marga. Sabemos, sentimos na pele, a beleza do mesmo. A dureza ou exigência do caminho, fará sempre parte de quem se dedica a uma Arte, qualquer que seja ela. E as transformações que o SwáSthya Yôga vai operando em quem a ele se dedica, sendo certo que bastantes são objetivas, as mais importantes não haverão nunca palavras para descrever. Como dizia o meu querido Mestre na sua conferência no rasgar do véu de Ísis se revela a verdade autêntica. Tudo o resto, é maya, a ilusão própria de um processo de construção em permanente mudança.
E depois de as cortinas se fecharem e a luz se apagar, o eco da vibração sentida continuou ecoando forte, como se o próprio coração do Universo estivesse uno neste pulsar, fazendo jus ao princípio tântrico: "O que está aqui está em toda a parte, o que não está aqui, não está em parte alguma" O que é, é. E assim foi. Em mim, e em bom português, cabe-me apenas deixar um grande OBRIGADA! A todos sem excepção! Aos de sempre, aos que acabaram de chegar, e aos que nos visitaram neste dia pela primeira vez. Sem cada um de vós, este encontro não teria sido tão especial. A Shrí DeRose, Mestre do meu querido Mestre João Camacho, dirijo um agradecimento especial por todo o legado deixado, neste momento de celebração do seu aniversário, sabendo de antemão que que é o mesmo que agradecer de coração ao meu Mestre.

Mil abraços, SwáSthya,

Paula Santana, Instrutora Assistente
Discípula de João Camacho, Yôgachárya

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