Curso Ôshadhi Yôga

05-06-2018 17:31

Ôshádhi Yôga, curso e caminhada na floresta encantada de Sintra 2/6/2018

Foi por entre múltiplas tonalidades de verde, gigantes de pedra e árvores sentinela que guardam o parque que iniciamos o nosso passeio e curso de Ôshádhi Yôga em Sintra, ministrado pelo nosso querido Mestre João Camacho que mais uma vez nos agracia com os seus conhecimentos e dedicação ao estudo do Yôga e nos coloca perante cenários de enorme beleza, propícios à contemplação, à introspecção, essa viagem ao nosso interior que os adeptos procuram descobrir e conhecer.
Ôshádhi refere-se ao conhecimento de plantas e ervas e das suas propriedades medicinais. No Sanskrit Heritage Dictionary ôshádhi traduz-se por “aquele que compreende o princípio ardente/ do fogo”; plantas medicinais, ervas. Esta alquimia vegetal serve o Yôga e o yôgi, que incorpora na sua prática estes conhecimentos apoiando e acelerando o processo de transmutação pessoal que a nossa ancestral filosofia proporciona.
Que local mais fabuloso que Sintra? Desde logo pelo esplendor da paisagem e das cores contrastantes, a neblina típica que torna o local mágico, os cheiros intensos a terra, a resina, a mar, a algo mais puro e intenso; a humidade que impregna estes cheiros na nossa roupa, na pele e pulmões; envolvendo-nos naquele espaço; no quase silêncio pois as árvores, o vento - vayu e o próprio homem não cessam a sua interacção. Esta ligação que se sente e que se inicia pelo aflorar dos sentidos, foi aprofundada com uma prática intensa de pránáyáma, dhárana e nyasa numa estrutura espontaneamente circular, assim consagrada por acção da própria natureza. A força deste local, não se explica, sente-se. No prána que inspiramos, na latência da rocha onde nos sentamos, na perenidade e constância das árvores, que no seu topo tocam os céus e vibram ao sol, e nas profundezas da floresta se enraízam. Água sempre presente, conecta-nos e fez-me lembrar que também sou tudo aquilo que estava ver. As práticas em ar livre fazem-me sempre despertar emoções e “estados de alma”, ora diluídos ora coagulados, possivelmente porque dou sossego os torvelinhos e deixo apenas fluir, como referiu o nosso Mestre, numa comunhão com estes elementos. E julgo que não minto ao afirmar que não fui a única a sentir a intensidade do local.
Daqui seguimos bosque dentro, explorando a floresta e as suas plantas. Identificamos dedaleiras, silvas, cedros, tojos, estevas e giestas, heras, murtas, sobreiros e carvalhos, cardos, musgos e fetos, e até um morrião das areias e silenes, que de tão sós quase passavam despercebidas. O Mestre explicou as propriedades da erva de S. Roberto, da alfavaca da cobra, do heracleum e das malvas, entra tantas outras que fazem parte da biodiversidade da serra. Neste descobrir de plantas fomos caminhando até ao alto da Peninha, onde aproveitamos para disfrutar da paisagem. Daqui seguimos para um agradável lanche em plena floresta, que já caracteriza as nossas aventuras, e nem os percalços do dia nos retiraram o ânimo ou a vontade. Pois a vida é mesmo assim, dinâmica e com imprevistos, há que integrar, e ouvir o Mestre é sempre um banho de conhecimento e informação, nem que fosse por um momento. Foi uma tarde fabulosa, a repetir.
Muito obrigada à nossa querida Prof.ª Anabela Duarte da Silva e ao querido Mestre João Camacho por mais um óptimo curso. E bem hajam a toda a egrégora, em especial ao querido Prof. Luís Lázaro, meu condiscípulo nestas aventuras, pelas gargalhadas que partilhamos.
Ana Marisa Rebotim, Instrutora estagiária
Discípula do Mestre João Camacho

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